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Diocese de Beja

PORTUGAL

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Diocese de Beja


Fundada no século V, a Diocese de Beja é, em termos de território, a segunda maior do país, abrangendo o distrito homónimo e a zona mais a Sul do distrito de Setúbal (concelhos de Grândola, Santiago do Cacém e Sines). Perfaz uma área de cerca de 12.300 km2, o que corresponde aproximadamente a 7,5% da área total do país.

Existe aqui um vastíssimo conjunto patrimonial, formado por mais de quinhentos edifícios, com destaque para antigos mosteiros e conventos, colegiadas das ordens militares (Santiago, Avis e do Hospital ou Malta), igrejas paroquiais e santuários rurais, muitos deles ligados ao “Caminho de Santiago” e às antigas vias de transumância que uniam Portugal a Espanha.

Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja


O DPHA iniciou a actividade em 1984, num momento difícil para a preservação do património regional. Estava-se ainda no rescaldo de tempos complexos para o Alentejo. Em paróquias com maiores dificuldades não se hesitava por vezes na venda ilegal de obras de arte, como fonte de financiamento. A inexistência de um inventário tornava difícil a recuperação das peças desaparecidas. A isto acrescia a realização de obras pouco criteriosas de conservação em monumentos históricos, entretanto desapossados de retábulos, pinturas e imagens em nome de uma suposta “actualização litúrgica”. O património móvel, por seu lado, sofria as investidas de “santeiros”, com pseudo-restauros, repinturas com tintas plásticas, trocas de peças antigas por modernas, etc.

Criado por decreto episcopal, o DPHA assumiu funções de coordenação e tutela dos bens culturais religiosos existentes no território diocesano. Constituído essencialmente por colaboradores voluntários, mas este serviço teve como objectivo prioritário a elaboração do inventário, em moldes científicos, das igrejas históricas da região (e respectivos acervos).

À medida que o inventário foi avançando no terreno, verificou-se que a região possuía um espólio de arte sacra extraordinário, mas que não era suficientemente conhecido, nem sequer pelas comunidades locais. Alguns dos principais monumentos permaneciam fechados por falta de condições de segurança. Muitos outros tinham entrado numa situação de declínio, especialmente as capelas periurbanas e as ermidas rurais. Em algumas localidades continuavam a ser eliminadas – por exemplo, durante a limpeza e posterior cremação anual de coisas inúteis que era costume fazer-se nas igrejas – obras com evidente valia patrimonial.

Actividades e parcerias | Pouco a pouco, o DPHA começou a procurar inverter a situação que descrevemos, actuando em diversas frentes. Para sensibilizar as comunidades paroquiais, realizou acções de formação muito concorridas, em colaboração com o Instituto Português de Conservação e Restauro e a Polícia Judiciária; criou um núcleo de aconselhamento técnico; incentivou a formação de comissões locais de salvaguarda em cada uma das igrejas que passaram a ser abertas regularmente ao público; apoiou itinerários culturais que unem os monumentos por áreas geográficas e temáticas; estabeleceu uma rede diocesana de museus, com sete unidades (Santiago do Cacém, Cuba, Castro Verde, Sines, Moura, Beja [2]). Ocupou-se também da organização do Arquivo Diocesano e da Biblioteca do Seminário de Beja.

No que diz respeito ao trabalho de cadastro patrimonial, estão inventariados e/ou arrolados 471 bens imóveis e 192 765 bens móveis e imateriais. Paralelamente, aprovou-se um instrumento legislativo diocesano, em conformidade com o previsto no Direito Canónico, intitulado Regulamento das Intervenções no Património Cultural da Diocese de Beja, que entrou oficialmente em vigor.

Neste e noutros âmbitos subscreveram-se protocolos de colaboração com o Instituto Português do Património Arquitectónico e Arqueológico (1999), o Instituto Português de Conservação e Restauro (2000) e o Instituto Português de Museus (2001), os primeiros do género. Existem igualmente protocolos com as Câmaras Municipais e as Associações de Desenvolvimento Local de todos os concelhos do território, o Turismo do Alentejo, o Instituto Politécnico de Beja e a Autoridade Nacional de Protecção Civil.

Outro campo importante tem sido o da realização de exposições de arte sacra. Este ciclo iniciou-se em 1990 com a exposição Ars Sacra, que conheceu um grande êxito regional. Isto mostrou a importância da organização de exposições com o devido enquadramento científico e museográfico, acabando por corresponder a uma das principais vocações do DPHA. Entre outras iniciativas concretizadas nesta fase, cabe destacar As Vozes do Silêncio. Imaginária Barroca da Diocese de Beja, organizada em 1997 na Igreja Matriz de Mértola, com a particularidade de usar as alas laterais de um edifício que, durante a iniciativa, permaneceu aberto ao culto.

Maior repercussão viria a ter, em 1998, a exposição Entre o Céu e a Terra – Arte Sacra da Diocese de Beja, que abriu ao público em Beja, na Pousada de São Francisco, e foi depois apresentada em Lisboa, no Panteão Nacional, em 2000-2001, obtendo o Prémio Prof. Reynaldo dos Santos para a Melhor Exposição Temporária de 2000 e o Prémio Associação Portuguesa de Museologia para o Melhor Catálogo de 1999-2001.

A internacionalização constitui também, desde cedo, uma preocupação, tendo sido iniciada com a exposição Rosa Mystica – Mariendarstellungen aus dem Südlichen Portugal, no Museu da Catedral de Regensburg, na Alemanha, em 1999-2000, com um catálogo bilingue publicado pela conceituada editora Schnell und Steiner.

Seguiu-se Le Forme dello Spirito – Arte Sacra del Sud del Portogallo, realizada na Igreja de Santo António dos Portugueses, em Roma, no ano de 2003, sob o Alto Patrocínio da Pontifícia Comissão para os Bens Culturais da Igreja, sendo o respectivo catálogo editado pelo Istituto Portoghese di Sant’Antonio, com a colaboração da Prof. Luciana Stegnagno Picchio, da Universidade de Roma; esta exposição foi posteriormente apresentada em Lisboa, na Galeria de Pintura do Rei D. Luís do Palácio Nacional da Ajuda, sob o título As Formas do Espírito – Arte Sacra da Diocese de Beja (2004-2005).

Em 2008, o DPHA organizou, a convite do Pavilhão de Portugal na Expo Zaragoza 2008, a exposição Un Río de Agua Pura – Arte Sacro del Sur de Portugal, que foi a única iniciativa integrada no Programa Oficial da Expo a ter lugar fora do campus de Ranillas, sendo acolhida em três museus de Borja – Zaragoza: Museo Arqueológico de San Miguel, Museo de la Colegiata e Palacio de Aguilar. O catálogo, em castelhano, foi editado pela Excma. Diputación Provincial de Zaragoza – Centro de Estudios Borjanos.

Mais recentemente teve lugar a exposição Portugal Eternel – Patrimoine de la Région de l’Alentejo, no Musée d’Art Religieux de Fourvière, em Lyon (França).

No que diz respeito ao território nacional, o DPHA tem organizado exposições com ritmo anual, entre as quais cabe destacar: A Invenção do Mundo – Arte Sacra da Diocese de Beja, no Paço Episcopal de Faro, a convite do Ministério da Cultura, em 2005, no âmbito de Faro Capital Nacional da Cultura 2005; No Caminho sob as Estrelas – Santiago e a Peregrinação a Compostela, na Igreja Matriz de Santiago do Cacém, em 2007, numa parceria com a Xunta de Galicia e o Município de Santiago do Cacém que contou com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian; O Coração da Terra – Aspectos da Ruralidade na Arte Europeia (Séculos XVII-XX), na Galeria dos Escudeiros, Beja, em 2008-2009; e Atmosferas, Pessoas, Narrativas. Um Relance sobre a Arte do Ocidente (Séculos XVII-XX) [em itinerância].

O DPHA tem promovido uma série regular de encontros científicos, entre os quais cabe destacar: Congresso Internacional “Protecção dos Bens Culturais em Situações de Emergência”, Beja, 1998, em colaboração com a Federação Internacional das Sociedades de Protecção dos Bens Culturais; “1.as Jornadas Nacionais dos Museus da Igreja”, Lisboa, Palácio da Ajuda [integrada na exposição As Formas do Espírito], 2004; Congresso Internacional “Tesouros da Igreja, Tesouros da Europa”, Beja, 2006, em parceria com Europæ Thesauri – Associação de Tesouros e Museus de Arte Sacra; “2.as Jornadas Nacionais dos Museus da Igreja”, Santiago do Cacém, [integrada na exposição No Caminho sob as Estrelas – Santiago e a Peregrinação a Compostela], 2007.

Animação


Concluída a recuperação de um conjunto significativo de monumentos, alguns dos quais receberam novas funções museológicas (ou passaram a dispor de um tesouro aberto ao público), o DPHA desenvolveu parcerias para um projecto de animação, intitulado Monumentos Vivos, que tem como fio condutor a realização de actividades culturais em igrejas históricas. A referência fundamental deste projecto é o Festival Terras sem Sombra de Música Sacra do Baixo Alentejo, iniciado em 2004 e que marca a temporada de música clássica da região através de um ciclo coerente de concertos, de elevado nível artístico, obedecendo em cada ano a um tema-reitor e permitindo traçar uma “pequena história da Música”. Conferências, palestras e visitas guiadas completam, em ambiente descontraído, a programação musical.

Estas actividades assumem enorme peso numa zona que não esconde o fascínio pela música. No entanto, poder levá-las a cabo de maneira itinerante em igrejas históricas que foram alvo de trabalhos de beneficiação e fazem parte de um sistema de abertura regular ao público assume um significado ainda mais especial, permitindo juntar à fruição de espaços com notáveis condições acústicas uma proposta de reflexão acerca do sentido da Ars Sacra na vida hodierna, precisamente aí onde o espírito do lugar melhor o permite. Ao associar um repertório de enorme qualidade à atmosfera única dos monumentos religiosos alentejanos, o Festival Terras sem Sombra aposta forte na oferta de um palco de carácter já internacional aos projectos profissionais de jovens intérpretes nacionais.

O Festival vai iniciar em Janeiro de 2010 a sexta edição, contando sempre com “casa cheia” nas actividades realizadas. Ao longo dos seus seis anos de vida, já percorreu dezoito igrejas históricas da região. O projecto Monumentos Vivos inclui ainda um vasto leque de actividades de carácter didáctico e divulgativo, entre as quais cabe destacar a celebração de dias temáticas e das Jornadas Europeias do Património. O DPHA tem igualmente levado a cabo, em especial através da colaboração com o Museu de História Natural da Universidade de Lisboa, actividades que permitem a ligação do Programa Ciência Viva com o património cultural religioso.

Estas iniciativas são dirigidas para o público em geral, mas concedem especial atenção ao público infanto-juvenil e às pessoas, nomeadamente jovens e idosos, com deficiência. Neste âmbito, o DPHA tem-se esforçado por criar infra-estruturas de acesso aos monumentos e museus da Diocese, além de suportes de informação próprios, auditivos e em braille.

O DPHA tem assegurado também uma linha editorial, própria ou em regime de co-edição, com 42 livros e monografias publicados, a que acresce um Boletim e a colaboração quinzenal no jornal Notícias de Beja, onde assegura uma página intitulada Pedra Angular.

Prémios e distinções


A União Europeia distinguiu o DPHA, em 2005, com o Prémio Europa Nostra para a Salvaguarda do Património Cultural. A Fundação Calouste Gulbenkian outorgou-lhe em 2009 o Prémio Vasco Vil’Alva para a Salvaguarda do Património. O Ministério da Cultura distinguiu-o em 2004 com a Medalha de Mérito Cultural. A Câmara Municipal de Beja atribuiu-lhe em 2001 a Medalha de Mérito Municipal.

O DPHA integra o Conselho Nacional dos Bens Culturais da Igreja (Conferência Episcopal Portuguesa), a Associação Portuguesa dos Museus da Igreja Católica, a Europæ Thesauri – Associação de Tesouros e Museus de Arte Sacra (de que é membro fundador) e a Associação de Desenvolvimento Regional Portas do Território (fundada pela Diocese de Beja e pela Câmara Municipal de Beja).

Dois monumentos sob a tutela directa do DPHA, a Igreja Matriz de Santiago do Cacém (Monumento Nacional) e a Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres, em Beja (Imóvel de Interesse Público), foram escolhidos por Sua Excelência o Presidente da República, Prof. Doutor Aníbal Cavaco Silva, para inaugurar a Rota do Património, em Julho de 2007.

Equipa


A actual equipa do DPHA, essencialmente formada por voluntários, dotados de formação técnica adequada, tem 12 membros, incluindo dois conservadores de museus, um conservador-restaurador, um historiador, dois arquitectos, um engenheiro, um jurista, um fotógrafo, um liturgista, um pintor e um escultor, e dois membros honorários. Conta com sete colaboradores remunerados, vinculados à Rede Museológica, e 189 voluntários, na sua maioria dispersos pelo território diocesano. Estes encontram-se associados através da Pedra Angular – Associação dos Amigos dos Monumentos da Diocese de Beja.

2. Reptos para o futuro


2.1. Internacionalização

É fundamental lutar contra o preconceito de que o património cultural do Alentejo é uma realidade periférica. Para isso há que torná-lo MAIS VISÍVEL.

A internacionalização constitui uma medida muito importante. Daí a nossa preocupação de conseguir fazer duas iniciativas-âncora por ano: uma no país, mas orientada também para os visitantes de outros países, e outra no estrangeiro.

Alvos:

1.º semestre

Fátima – Exposição no Museu de Arte Sacra (ao lado da Basílica), patente por ocasião da visita de S. S. o Papa Bento XVI (13 de Maio) e prolongando-se de modo a cobrir o Verão.

Objectivo: Promover o Alentejo através da exposição e actividades complementares num ponto-chave do turismo religioso que irá receber um impulso significativo com a visita papal. | Parceria: Turismo do Alentejo, E. R. T., Municípios.

2.º semestre

Galiza, onde decorrerá o Ano Santo – Exposição em Santiago de Compostela e Pontevedra

Objectivo: Promover o Alentejo na Galiza por ocasião do Ano Santo de 2010 (número previsto de visitantes: 8 milhões); fomentar os segmentos do Alentejo no Caminho de Santiago. | Parceria: Agência Regional de Promoção Turística do Alentejo, Municípios, GAL, Instituto Camões, Turismo de Portugal.


2.2. QREN – Recuperação de monumentos de importância fundamental


Para que possamos ter mais visitantes no Alentejo, há que ter as grandes referências patrimoniais recuperadas e em condições de acolherem os visitantes.

Os “dossiers” parados neste momento, com graves prejuízos, são os seguintes:

- Igreja Matriz de Mértola (antiga Mesquita) [Monumento Nacional, propriedado Estado] – A parceria realizada até agora não produziu os resultados esperados, por falta de investimento na contrapartida nacional. É essencial finalizar a candidatura e aprová-la. O edifício está numa situação limite.

- Basílica Real de Castro Verde [Imóvel de Interesse Público] – Candidatura não foi aprovada no 1.º aviso. A igreja corre o risco de perder elementos patrimoniais.

Objectivo: aprovação das candidaturas de requalificação dos monumentos, visando a sua integração em itinerários culturais. | Parceria: Ministério da Cultura, Municípios

2.3. Dinamização – Captar novos públicos, ligar a acessibilidade à abertura


O património constitui um instrumento, não um fim. É preciso vinculá-lo a uma estratégia inovadora de desenvolvimento: unir “destinos” através de “rotas”, abrir os monumentos habitualmente encerrados fora do horário de culto e criar uma dinâmica. Iniciativas necessárias:

- Criar uma Temporada no Baixo Alentejo que, a partir da Arte Contemporânea e das Novas Tecnologias, faça a ponte entre o Património Natural e o Património Cultural

Objectivo: Convidar quem circula na A2 a sair umas horas e a conhecer o território, dando vida a espaços secundarizados, de modo a mostrar um Alentejo competitivo e de vanguarda. | Parceria: Instituto da Conservação da Natureza e da Biodiversidade Ministério da Cultura, APS, EDIA, Municípios, Crédito Agrícola.



Diocese de Beja

A diocese de Beja abrange uma área de cerca de 12 300 km2 e é a segunda mais extensa de Portugal, embora a população não exceda os 225 000 habitantes. O seu território corresponde aproximadamente ao Baixo Alentejo, incluindo os catorze concelhos do distrito de Beja e os três concelhos mais a sul do distrito [...]

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Departamento do Património Histórico e Artístico.

Serviço responsável pela tutela dos bens culturais da Igreja ,fundado em 1984 por decreto de D. Manuel Franco Falcão, este organismo é constituído por uma equipa de peritos em diversos domínios patrimoniais (história, arte, arqueologia, arquitectura, engenharia, liturgia, conservação e restauro, museologia, documentação, etc.) que actuam a título voluntário. Conta igualmente com colaboradores e correspondentes [...]

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Sócios

Secretaría Xeral para o Turismo

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Galiza situa-se em frente ao Oceano Atlântico, com dois mil anos de história. Percorrer estas terras de noroeste de Espanha permite viver uma aventura singular, cheia de tradição, paisagens admiráveis e cidades únicas.

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Fundada no século V, a Diocese de Beja é, em termos de território, a segunda maior do país, abrangendo o distrito homónimo e a zona mais a Sul do distrito de Setúbal(concelhos de Grândola, Santiago do Cacém e Sines).

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